Isso que me acorda todos os dias às sete horas da manhã.
Que rasga, que esvazia, que diz adeus, tirando-me a fome, o sono, o sonho...
Isso que é um gostar, assim meio carne, assim meio carinho, assim batendo forte no peito;
Isso que vai e que volta,
que alegra;
que desespera;
que diz: espera!
Isso que revolta e que encanta;
Que anda pelas ruas, que está no canto dos bêbados;
dos desvalidos;
dos que não têm voz;
dos que cantam ou declamam sem platéia;
dos anônimos;
Isso que cega,
Isso que é uma palavra que esconde um nome em forma de anagrama;
Em forma de verso e prosa, nerudando, quintanando, cantando como ave;
Isso que é claricehildadélia,
Isso que é pradohilstlispector
Isso que é nome e sobrenome alinhados como se fazendo amor e gemessem poesia,
Isso que é livresexacoitasacrotal
Isso que não é novidade, que é apenas paixãopoemanovelalivroesportevida;
Isso que apesar de tantos nomes não atende a nenhum,
Que não tem sentido, que não faz sentido, mas que é sentido
Que não é sacro, mas que diante dele todos se curvam...
Isso, vasto, indefinível, sofrível, necessário.
Xico Fredson!
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